Seu chefe não está nem aí para o seu plano de carreira (mas você deveria)
Modelo de trabalho, plano de carreira e gestão de pessoas. Se você se interessou nestes assuntos, vem comigo!
Salve RevLeaders desse Brasil! Como vocês estão?
Curtiram o conteúdo do nosso recém-chegado
aqui na TRA sobre SaaS Metrics nesta semana? Se ainda não leu, corre lá e leia! Está sensacional!Bom, vamos lá. O papo hoje aqui é reto!
Hoje a nossa edição é mais sobre vivências, experiências e opiniões e menos sobre dados, estudos e benchs.
Sendo assim, começo:
Seu chefe não está nem aí para o progresso da sua carreira. E isso não é pessoal! É uma questão relacionada à design!
As relações de trabalho foram desenhadas para funcionarem desta forma (e pasmem, nosso modelo atual de trabalho já tem 137 anos de idade). Há 137 anos entregamos o nosso trabalho da mesma forma! Surreal isso né?
Fato curioso: A Revolta de Haymarket
A Revolta de Haymarket, ocorrida em Maio de 1886 em Chicago nos EUA, foi iniciada por 8 pessoas que causaram uma manifestação, resultando assim na redução da jornada de trabalho de 60 horas semanais para as 40 horas que conhecemos hoje (Gracias amigos! Thank you my friends!).
Ou melhor, a famigerada jornada de 8 horas diárias de trabalho. Desde então, esse é o modelo que opera até hoje!
Em memória ao acontecimento, foi declarado que o 1o de maio é reconhecido como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
O ponto é,…
O que isso tem a ver com plano de carreira?
Por que meu chefe não está nem aí para o meu crescimento?
Design do modelo de trabalho atual
Pois bem, voltando ao início da nossa edição: O modelo de trabalho atual data de quase 140 anos de idade e foi desenhado para que operemos no modo de sobrevivência.
O que nossos companheiros lá de Chicago pleitearam se resumia a:
Ou melhor:
8 horas de trabalho;
8 horas de descanso;
8 horas para lazer.
Isso representava uma vitória enorme sobre o que existia antes:
6 dias de trabalho;
10 horas por dia;
60 horas mensais.
Mal sobrava tempo para outras atividades que não fossem agradar o seu patrão e recuperar para continuar repetindo o ciclo no próximo dia.
Acontece que estamos em 2023 e nada mudou desde o fatídico 04 de maio de 1886. Continuamos operando as nossas vidas de forma a satisfazer 3 necessidades básicas:
Manter empregado/a (de forma a agradar o meu patrão e com isso honrar minhas contas);
Descansar (recarregar as baterias para repetir o ciclo);
Me embebedar com alguma forma de lazer moderno (Netflix, Novelas e feeds intermináveis de redes sociais).
Tá bom,… Você deve estar se perguntando:
O que o meu chefe tem a ver com isso?
Antes de entrarmos no assunto plano de carreira, vamos entender um pouco melhor como é a vida do seu chefe?
Vida de chefe
Não romantizem a cadeira de gestão.
Já vi muita gente boa surtar e simplesmente pedir para sair da cadeira de “Head”. Simplesmente por não suportarem mais uma série de atividades inerentes à cadeira.
Imaginem ter que lidar diariamente com egos elevados (relacionamento com superiores), vaidade (relacionamento com pares) e disfunções psicológicas (relacionamento com liderados). Não nesta ordem ok? Tem liderado com ego elevado e muito chefe com disfunção psicológica! Neste caso aqui, a ordem dos fatores não altera o produto!
Sim, tem muita gente tentando curar a cabeça no trabalho (quando deveriam urgentemente procurar uma terapia ou uma clínica de psiquiatria).
E como alguém que senta nessa cadeira de gestão há quase 15 anos, posso te afirmar:
Ser gestor consome uma energia danada. Suga uma energia tão grande que alguns dias não te sobra absolutamente nada. Você doou tudo para as pessoas ao seu redor. É um trabalho para gente grande (gente forte e bem resolvida)!
Agora vamos imaginar um dia típico na vida do(a) seu(ua) gestor(a)?
Teoricamente 8 horas de trabalho (ponto de entrada e ponto de saída) / Na prática isso sobe para 10 a 12 horas, a depender do segmento e da cultura da empresa;
Relações super-dimensionadas (1 cacique para vários colaboradores, em média) / Na prática, já liderei diretamente mais de 25 pessoas / Imaginem a carga emocional que isso consome?);
Politicagem rolando solta no cafezinho, no almoço com a equipe, no happy-hour, na impressora e em todos lugares possíveis de rolarem fofocas travestidas de networking / Ai de você que esquiva estes momentos,… Não irá subir na ladeira corporativa;
Infinitas reuniões que poderiam ter sido apenas e-mails (mas que insistem em acontecer, afinal, como todos são pagos por horas trabalhadas, quanto mais enrolação, melhor) / Lembram das 8 horas diárias? Não interessa o que você entrega,… O que importa mesmo é se você está no mínimo 8 horas no escritório “vestindo a camisa” e “batendo o bumbo”;
Gestores trabalhando em sua maioria com menos recursos do que deveriam (tendo que apagar incêndio o tempo todo, tendo que executar tarefas operacionais, tendo que cobrir ausência de colaboradores em férias, downsizing de time, etc) / Já tive que cobrir colaboradores que intencionalmente acionaram o afastamento do INSS / Afinal, os recursos podem sumir mas a meta sempre permanece a mesma / E em alguns casos até aumenta;
E quando a firma te obriga ir ao escritório presencialmente? Pode colocar aí mais umas 2 a 4 horas de trânsito, estresse, batidas, multas e muita, mas muuuuuuuuita emoção no trânsito (ou no busão, ou na baldeação do metrô da Sé / Já fiz muito esse trecho viu! rs);
Além de tudo isso, tem que sobrar tempo para fazer o trabalho de autopromoção com os chefes (para garantir que a cadeira não corra risco de ser substituída).
Te pergunto,... Ainda sobra tempo para dedicar à equipe e apoiar no desenvolvimento da carreira dos liderados?
Deveria! (mas infelizmente a maioria do gestores não estão preocupados e nem preparados para isso)
Na sua grande maioria, gestores não priorizam desenvolver suas equipes (estão mais preocupados em operar no modo de sobrevivência).
Então antes de atirar pedras, experimente sentar lá por alguns meses! :-)
Dito isso, afirmo:
O seu plano de carreira não pertence a ninguém mais do que você mesmo(a)!
Um papo rápido sobre líderes e liderados
Eu tive pouquíssimos líderes em minha carreira.
Pouquíssimos mesmo!
E quando eu falo em líderes, falo em gestor de pessoas.
De profissionais que possuem uma missão genuína em desenvolver “sucessivos sucessores bem-sucedidos” (este é um dos meus mantras em gestão e liderança).
A maioria só quer se autopromover, garantir o seu emprego e pouco se lixam para o desenvolvimento das suas equipes.
E mais, na verdade operam contrariamente para que isso aconteça (afinal, liderados talentosos representam uma ameaça àqueles com mentalidade escassa).
E de verdade, não culpo as lideranças que ainda pensam dessa forma. Afinal, o modelo de trabalho atual não premia o avanço dos liderados. A relação não é tão direta como gostaríamos que fosse.
Liderados talentosos:
Podem ser contratados pelo concorrente para ganharem mais (talvez até mais do que o próprio líder anterior que está sentado na cadeira há anos sem movimentações e sem se preocupar que seu time avance casinhas na ladeira corporativa);
São uma ameaça ao status quo. Se a maioria está trabalhando no modo sobrevivência (8 horas de trabalho, 8 horas de sono e 8 horas de netflix), por que aceitar a dor de crescer? É muito mais cômodo permanecer onde está;
Podem ocupar a sua cadeira (Já pensou que líderes que operam no modo sobrevivência não fazem questão nenhuma de continuarem evoluindo / Logo, quem evolui continuamente representa uma ameaça / Acreditem: Essas pessoas não estão preocupadas em te desenvolver / Pior ainda, elas não estão preocupadas em se desenvolverem).
Talvez por ter tão pouca referência, liderança se tornou um dos meus assuntos preferidos depois que assumi a minha primeira cadeira de gestão (em 2010).
O seu progresso é uma ameaça
O meu xará, escritor aqui na TRA (o
), escreveu um post brilhante no LinkedIn falando sobre a atuação do “Grande Irmão” nas redes sociais. Ah, o Grande Irmão é o seu chefe tá? 😅O grande irmão está o tempo todo monitorando o seu avanço e qualquer sinal de progresso é uma ameaça. Quer exemplos?
Te ver criando autoridade e liderança de pensamento em redes sociais como o LinkedIn por exemplo (Afinal, isso te expõe positivamente para outros empregadores melhores / É provável que em alguns lugares você precise pedir permissão ao grande irmão para produzir conteúdo nas redes / E é provável também que escute um “não”);
Te ver atuando em projetos pessoais e aferindo mais fontes de renda como mentoria, consultoria, produtos digitais, etc, é outra ameaça infinitamente maior (Afinal, por que deixá-lo sair às 18h para tocar seus projetos se ele pode te segurar até às 21h para “vestir a camisa” e receber apenas um tapinha nas costas como recompensa? / Habilitar outras fontes de renda elimina o principal instrumento de dominação que ele tem sobre você: O MEDO).
E acredite, a maioria esmagadora da massa trabalhadora deste Brasil e deste mundo está sendo conduzida pelo MEDO.
Medo de:
Perderem o seu emprego;
Não honrarem suas contas/boletos;
Mergulharem no novo!
Sendo assim, este instrumento de dominação (o medo) ainda é fortíssimo e mantém todo mundo dentro do quadrado.
Ainda mais, por que te estimular a progredir se isso pode representar uma ameaça ao negócio do grande irmão? (Tá vendo? É uma questão de design, como dissemos lá no início).
Teste seu chefe
Quer saber se o(a) seu(ua) chefe se importa com o seu avanço? (há exceções e vamos falar mais adiante)
Chame seu chefe para uma conversa de feedback, ou um 1-on-1 ou qualquer outro nome que você queira dar para isso.
Aqui eu quero que você note alguns comportamentos/padrões:
Seu chefe se desliga do mundo externo e se conecta genuinamente a você? (escuta ativa e empática);
Seu chefe se empolga com a conversa? (ou mantém aquele semblante de: “Que saco essa conversa aqui!”?);
Seu chefe se prepara para esta conversa ou deixa para estruturar a conversa durante (a própria conversa)?
Seu chefe te faz perguntas que te fazem refletir sobre questões que vão além da sua relação de trabalho atual?
Traz insights genuínos (daqueles que a pessoa precisa se esforçar para gerar valor na sua vida)?
Utiliza a sua rede de contatos (networking) para te ajudar a crescer na carreira?
Te estimula a rodar em outras áreas/departamentos?
Ao final desta conversa, este ser iluminado te pede feedback também? (esse aqui é o maior indicador que você é uma pessoa sortuda)
Se você não tem estes estímulos acima, relaxe! Esta é a norma do mercado!
Se você tem um ou mais itens acima, agradeça!
Seu(ua) chefe tem grandes chances de ser um(a) verdadeiro(a) LÍDER!
Vida Real
Posso te contar uma realidade dura do modelo de trabalho tradicional? O verdadeiro mundo corporativo?
A sua remuneração é também conhecida como MRV (ou seja, Mínima-Remuneração-Viável).
Viável para que?
Para te reter na sua posição atual e obviamente para gerar o maior EBITDA no DRE da sua operação (ou seja, tutu na última linha do demonstrativo financeiro). Quanto menos você receber, melhor para o caixa e para os dividendos dos acionistas!
O seu salário é a maior quantia viável que a empresa está disposta a investir para te manter minimamente motivado(a) na sua posição atual (e te impedir de abandonar o barco).
Poucos empresários e líderes estão preparados para pensar em investimento na carreira como ROI para o negócio. Pouquíssimos! Se encontrar um, mande essa news para essa pessoa (ela vai curtir ler isso aqui)!
Aqui trago dois pensamentos que dizem muito sobre a liderança da sua empresa:
“Pior do que treinar um funcionário e ver ele sair é não treinar o funcionário e ver ele ficar. Não dá para crescer 20% se as pessoas não crescerem 20%!” ~ Ricardo Jordão
Outro pensamento que eu acho incrível:
“Capacite bem os seus colaboradores para que eles possam partir. Trate-os bem para que eles prefiram ficar!” ~ Richard Branson (CEO do Grupo Virgin)
Especialmente esse último comunica muito com a minha essência como profissional e como líder!
Se encontrar um lugar que te capacite e que te trate bem, tenha muita calma antes de tomar a decisão de mudar.
Estes lugares são 1 em 1000!
Plano de carreira
Diante de todo o exposto acima, reafirmo que a missão de cuidar do seu plano de carreira é única e exclusivamente sua!
O meu playbook de plano de carreira é simples. Compartilho aqui contigo:
Se a sua empresa tem um PDI (Programa de Desenvolvimento Individual), trate esse programa como prioridade e execute o plano (não espere que a liderança cobre a disciplina de execução de você);
Se a sua empresa não tem um PDI, crie o seu próprio plano de desenvolvimento pessoal e individual (Essa semana tomei um café com a
e ela tem um programa incrível de Growth para executivos(as) do mercado). Vale demais puxar ela para um café virtual!Pratique o “Lifelong-learning” (aprendizado contínuo) e jamais pare de aprender (nem um único dia sequer);
Faça networking o tempo inteiro (eu tenho uma agenda de 2 a 3 cafés semanais com pessoas de fora da minha rede);
Faça entrevistas o tempo inteiro (mesmo que não precise delas). Motivo 1: Treinar!; Motivo 2: Conhecer o seu real valor no mercado; Motivo 3: Aumentar a exposição ao melhor que essa vida pode te oferecer;
Escreva o seu plano em um documento privado (Gosto muito do framework chamado Roadmap Pessoal / Tenho um roadmap de 10 anos da minha carreira / Escrevi este documento em 2021 e venho revisando ele ano após ano);
Seja ativo(a) nas redes sociais (escolha uma rede e se proponha a dominar ela / poste sempre / Eu posto todos os dias úteis e estou me desafiando a postar cada vez mais). Posso te afirmar que coisas incríveis acontecem quando você começa a fazer isso;
Tenha projetos pessoais no seu tempo livre (Comece uma newsletter, crie um produto digital, trabalhe em um Micro-SaaS, comece um programa de mentoria/consultoria, atue em projetos voluntários, etc). Aumente a sua exposição a mais atividades, mais fontes-de-renda, etc;
Se você é um(a) profissional estratégico e quer começar a atender diversos clientes na modalidade part-time, diluindo assim o risco de uma única fonte pagadora e aumentando os seus ganhos (divorciando o seu trabalho das suas horas), me mande um e-mail em thiago@therevenuearchitects.com e eu pessoalmente te guiarei nessa jornada (Montei uma comunidade para executivos que estão fazendo esta transição, a EaaS - Executive as a Service);
E aí pessoal? Curtiu essa edição? Aguardo o seu feedback! (não faça como o seu chefe que não te dá feedback há mais de 1 ano, me dê o seu feedback!) :-)
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E aí líder de receita, o que você achou deste bate-papo sobre liderança e plano de carreira? Caso faça sentido, encaminhe essa newsletter para a sua rede de contatos e abra um espaço para a discussão!
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Se você chegou até aqui, muito obrigado pela sua leitura! Nos vemos na próxima quinta-feira! :-)
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